Inauguração do Cristo Redentor
O símbolo
do Rio de Janeiro e também de todo o Brasil, que é estátua de 38 metros de
altura e mais de mil toneladas levou cinco anos para ser construída. Pode-se
dizer que ela foi criada a seis mãos. O engenheiro Heitor da Silva Costa fez o
primeiro projeto, o artista plástico Carlos Oswald se encarregou do desenho
final e o escultor francês Paul Landowski modelou as peças que compõem a
estátua. Sua construção começou a ser planejada em 1921, quando religiosos e
autoridades do governo se reuniram em uma associação chamada Círculo Católico,
no Rio de Janeiro, para discutir a idéia. Dois anos depois, foi realizado um
concurso de projetos, vencido por Heitor da Silva Costa, e uma campanha
nacional arrecadou fundos para a obra. Além do Corcovado, o Pão de Açúcar e o
Morro de Santo Antônio também foram lembrados como possíveis pontos para o
monumento.
A vontade de integrar a obra à natureza,
porém, favoreceu a primeira montanha, cercada por uma bela porção de Mata
Atlântica. Segundo o projeto original, o Cristo deveria segurar o globo
terrestre em uma mão e uma cruz na outra. Mas a idéia de fazê-lo com os braços
abertos caiu no gosto da população carioca e acabou prevalecendo. A construção
de fato só teve início em 1926. A cerimônia de inauguração da estátua, em dia
12 de outubro de 1931, foi, obviamente, cheia de pompa, contando com a presença
do então presidente Getúlio Vargas. Havia ainda um plano para que o ilustre
cientista italiano Guglielmo Marconi – inventor do telégrafo sem fio e nome
fundamental no desenvolvimento do rádio – acionasse, diretamente da Itália, as
luzes que iluminariam o Cristo.
A idéia mirabolante partiu do jornalista
Assis Chateaubriand, que combinou com Marconi que ele, a partir de um iate na
baía de Nápoles, emitiria um sinal elétrico que seria captado por uma estação
na Inglaterra e retransmitido para uma antena em Jacarepaguá, de onde as luzes
seriam acesas. Mas o mau tempo não permitiu que esse artifício tão engenhoso
fosse colocado em prática – um contratempo curioso, mas insignificante para a
história do monumento que se tornaria símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil em
todo o planeta.
História
A construção
de um monumento religioso no local foi sugerida pela primeira vez em 1859, pelo padre lazarista Pedro Maria Boss,
à Princesa Isabel. No entanto, apenas retomou-se efetivamente a ideia em 1921, quando se iniciavam os preparativos para as
comemorações do centenário da independência.
A estrada de rodagem que dá acesso ao local onde hoje se situa o Cristo Redentor foi
construída em 1824. Já a estrada de ferro teve o primeiro trecho (Cosme Velho - Paineiras)
inaugurado em 1884. No ano seguinte, 1885, o segundo trecho foi concluído,
completando a ligação com o cume. A ferrovia, que tem 3 800 metros de extensão,
foi a primeira a ser eletrificada no Brasil, em 1906. A
construção do Cristo Redentor, ainda, é considerada um dos grandes capítulos da engenharia civil brasileira. Foi erguida em concreto armado e revestida de um mosaico de
triângulos de pedra-sabão originária da região de Carandaí, no estado brasileiro de Minas Gerais.
A pedra
fundamental do monumento foi lançada em 4
de abril de 1922, mas as obras somente foram
iniciadas em 1926.
Dentre as pessoas que colaboraram para a realização, podem ser citados o
engenheiro Heitor da Silva Costa (autor do projeto escolhido em 1923), o artista plástico Carlos Oswald (autor do desenho final do monumento)
e o escultor francês de origem Polonesa Paul Landowski (executor dos braços e do rosto da
escultura).
Ainda hoje, algumas pessoas dizem que o monumento foi um
presente da França para o Brasil, quando, na verdade, a obra foi erigida a
partir de doações de fiéis de arquidioceses e paróquias por todo o país, com o
projeto de autoria e chefia do engenheiro Heitor
da Silva Costa. Da França, vieram, apenas uma réplica de quatro metros feita de
pequenos moldes, assim como modelos das mãos feitos pelo colaborador Landowski. Todos estes fatos foram atestados com rigor no
programa televisivo Detetives da
História produzido por The
History Channel
Reação
adversa à construção
Em 22 de março de 1923, seguidores da igreja Batista
declararam, em nota publicada em O Jornal Batista, órgão oficial da Conveção Batista Brasileira, seu desgosto
quanto à construção do Cristo Redentor. A nota afirmava que a construção
"será, a um tempo, um atestado eloquente de idolatria da igreja de
Roma".
Entretanto, a igreja Católica sempre se manteve firme em
sua posição, argumentando jamais ter adotado a idolatria em sua doutrina,
esclarecendo continuamente que as imagens de santos em suas igrejas são vistas
por seus fiéis como exemplos de fé a serem seguidos.
Inauguração
Na cerimônia de inauguração, no dia 12 de outubro de 1931, estava previsto que a iluminação
do monumento seria acionada a partir da cidade de Nápoles, de onde o cientista italiano Guglielmo Marconi emitiria
um sinal elétrico que seria retransmitido para uma antena situada no bairro
carioca de Jacarepaguá, via uma
estação receptora localizada em Dorchester, Inglaterra, tudo a convite de Assis Chateaubriand. No entanto, o mau
tempo impossibilitou a façanha e a iluminação foi acionada diretamente do
local. O sistema de iluminação original foi substituído duas vezes: em 1932 e
no ano 2000.
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